Pequeno Panorama da Arquitetura Industrial no Brasil
Leda V. Bodegraven

Leda V. Bodegraven é arquiteta formada pela FAUUSP e trabalha com arquitetura industrial.

 

O projeto arquitetônico de indústrias vem acompanhado de uma série de interfaces com outras engenharias, não podendo nunca estar desvinculado das necessidades específicas da produção.

Com a vinda de diversas multinacionais para o Brasil, nos últimos anos, foram trazidos também, critérios utilizados pelas mesmas em outras unidades fora do país: desde logística de linha de produção até opções de materiais, cores, etc. Algumas empresas se preocupam com a configuração final do conjunto e outras com o resultado econômico - financeiro do empreendimento.

A variação de opções de métodos construtivos é ampla, deixando-se de lado tecnologias mais conhecidas para se buscar soluções que tragam melhor relação custo - benefício.

A locação dos elementos estruturais deve ser objeto de estudo e análise, para que não haja interferências com o fluxo da produção, assim como a ventilação, deve estar integrada ao partido arquitetônico, para que o conjunto funcione conforme o esperado, não trazendo surpresas operacionais após o início de sua utilização. A edificação e a linha de produção tem de estar em profunda simbiose, tendo uma performance única.

A união destas diretrizes, além de direcionamentos técnicos, arquitetônicos, paisagísticos, humanos, operacionais entre outros, irão caracterizar a linha de projeto do empreendimento, determinando as soluções para a sua implantação.

Em algumas grandes organizações industriais costuma-se existir uma preocupação em se ter padronizações para as suas futuras expansões, desde opções e detalhes técnicos, materiais de construções, acabamentos, cores, formas, etc., para que não se forme uma colcha de retalhos e ainda, facilite a manutenção e estoque de peças para reposição.

Nem sempre estas padronizações são as melhores opções, podendo algumas vezes, até tolher novas boas idéias. Em determinadas empresas, pode &endash; se sugerir novos materiais , novas soluções, podendo ser alterada inclusive esta padronização.

Outro dado, que pode ocorrer, é juntamente com a criação ou expansão de uma indústria multinacional estar vinculadas às requisições da matriz que trazem idéias não aplicáveis ao Brasil, tanto com relação à forma, clima, quanto aos materiais, legislações trabalhistas, sanitárias, e outras. Neste caso, cabe o alerta técnico aos pontos em desacordos, podendo-se até agregar otimizações ao programa.

As novidades em opções quanto aos métodos construtivos e materiais para edificações industriais no Brasil, exceto no caso de alguns esforços independentes, está aquém das variações possíveis, mas não se deve esquecer do já citado custo &endash; benefício e dos receios do investidor em se aventurar em novas metodologias construtivas.

O importante é o desempenho de uma arquitetura honesta, que agregue conceitos aos nossos projetos que valorizem esta cultura miscigenada brasileira, e que se utilize das mais variadas tecnologias disponíveis, com o objetivo da excelência final, totalmente integrada com o sócio &endash; ambiental.

 

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